Dinossauros, as feras da pré-história

Os Dinossauros constituem uma superordem de membros de um grupo de arcossauros que surgiu ao final do período Triássico (cerca de 225 milhões de anos atrás) e dominou a fauna terrestre durante boa parte da era Mesozóica (por 160 milhões de anos), passando ao seu auge no período Jurássico até o final do período Cretáceo (65 milhões de anos), quando um asteróide de 10 quilômetros atingiu a Península de Yucatán, no México, elevando grandes nuvens de fumaça e detritos, que tamparam a passagem da luz solar, causando a extinção de quase todas as linhagens desses incríveis répteis, com exceção das aves – entendido por muitos cientistas como os últimos descendentes dessa linhagem de arcossauros.

Os Dinossauros eram distinto de todos os outros arcossauros, por um conjunto de características anatômicas, entre as quais se destacam a posição dos membros em relação ao corpo – projetados diretamente para baixo, verticalmente – e o acetábulo (encaixe do fêmur na região da bacia) aberto, isto é, o fêmur encaixa-se em um orifício formado pelos ossos da bacia. A etimologia da palavra remete ao grego déinos, que significa terrivelmente grande; e saurós, lagarto, e, por extensão, réptil. Então: "Lagartos (ou Répteis) Terrivelmente Grandes".

Historicamente a denominação do grupo (Dinosauria) foi criada pelo paleontólogo e anatomista inglês Richard Owen em Abril de 1842 na versão impressa de uma palestra conferida em 2 de Agosto de 1841 em Plymouth, Inglaterra, sobre fósseis britânicos de répteis. O grupo foi erigido para agrupar os então recém-descobertos Iguanodon, Megalosaurus e Hylaeosaurus. Apesar da natureza fragmentária dos fósseis, Owen pôde reconhecer que eram bastante distintos dos répteis (vivos e fósseis) até então conhecidos, pois:

• Eram grandes (outros grupos de répteis grandes eram conhecidos – crocodilos, mosassauros, plesiossauros e ictiossauros, mas estes eram aquáticos, ao contrário dos membros do novo grupo, eminentemente terrestres);
• Possuíam um encaixe dos membros diferente: os ossos dos membros ficavam em uma orientação paralela em relação ao plano longitudinal do corpo (dirigidos diretamente para baixo), em vez da posição típica dos membros dos demais répteis – saindo perpendicularmente do corpo e se dobrando para baixo na região do cotovelo e do joelho (dirigidos lateralmente);
• Altura, largura e rugosidades dos arcos neurais;
• Costelas com terminação proximal (que se liga às vértebras) bifurcada (a costela apresenta um formato de um Y);
• Coracóide largo e, por vezes, de padrão complexo;
• Clavículas longas e finas;
• Ossos dos membros proporcionalmente maiores, mas com paredes finas – indicando hábito terrestre.

Esse bem sucedido grupo de répteis, era dividido em muitos subgrupos (ordens):

• Saurópodes: Foram os maiores seres que já caminharam sobre a Terra, alcançando mais de 40 metros de comprimento, e alguns com até 15 metros de altura. Eram quadrúpedes, possuindo patas em forma de tora para suportar o peso. O Plateosaurus foi um dos primeiros integrantes desse grupo de gigantes, do final do triássico (210 milhões de anos atrás).
• Anquilossauros: Foram um dos mais estranhos dinossauros, possuindo um corpo quase completamente coberto por couraças e placas ósseas, e na ponta da cauda uma clava óssea, para golpear inimigos. Eram quadrúpedes. Um dos primeiros, foi o Scelidosaurus, de 190 milhões de anos (início do Jurássico).
• Estegossauros: Foram outro grupo muito estranho, pois estes dinossauros possuíam placas por toda a estenção dorsal, e na cauda espinhos ósseos para proteger-se de inimigos. Eram quadrúpedes. Um dos primeiros foi o Scutellosaurus, ainda semi-bípede, de 200 milhões de anos (entre o Triássico e Jurássico).
• Ceratopsídeos: Dinossauros com chifre frontal. Todos possuiam protuberâncias ósseas na face, sendo que os mais desenvolvidos possuiam chifres e uma gola, ambos para exibição e para proteger-se de inimigos. Eram quadrúpedes. Um dos primeiros, foi o Psitacosaurus, de 120 milhões de anos (início do Cretáceo).
• Ornitópodes: É o grupo dos chamados Bico-de-Pato, e dos Iguanodontes. Os primeiros integrantes de seu grupo, como o Lesothosaurus (190 milhões de anos, início do Jurássico), eram bípedes, e já possuíam um bico córneo. Mas com o tempo foram crescendo em tamanho e variedade, passando a serem semi-bípedes (permaneciam de quatro, mas ao sinal de perigo, fugiam correndo o mais rápido com suas patas posteriores). O auge desse grupo foi com a evolução dos iguanodontes em hadrossauros, os chamados bico-de-pato.
• Terópodes: É o grupo do famoso Tyrannosaurus rex do Jurassic Park. O primeiro integrante foi o Eoraptor, do início do Triássico (235 milhões de anos), ainda muito primitivo. Dele evoluiu os coelurossauros, pequenos carnívoros bípedes, que podem ter dado origem às aves. Sendo que deles também evoluiu os raptores, carnívoros, bípedes, e que tinham uma garra em forma de foice nas patas posteriores. Outra evolução paralela foi o dos carnossauros, os maiores carnívoros de todos os tempos, como o Spinosaurus, com 15 metros, e o T-rex com 13 metros. Outro ainda foi o dos oviraptores e ornitomimossauros, que eram desdentados, onívoros (comiam carne, ovos [que é o caso dos oviraptores], vegetação, etc.). Os mais estranhos foram os Therezinossauros, que tinham longos pescoços, e cabeças muito pequenas, e possuíam garras enormes, com até 50 centímetros, tendo evoluido de dinossauros carnívoros que se especializaram em dieta vegetariana.
• Paquicefalossauros: Foram um grupo de dinossauros com cabeça blindada, de até 25 centímetros de espessura, em algumas espécies, usadas em combates de "Cabeça com cabeça", eles eram bípedes, herbívoros. Um dos primeiros foi o Homocephale, do início do Cretáceo (120 milhões de anos).